“Dor que dura mais de 30 dias é sinal de alerta”, afirma Dr. Guilherme Rossoni sobre saúde da coluna

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Dor nas costas pode ser um incômodo passageiro — ou um sinal de que algo mais grave está acontecendo com o corpo. De acordo com o neurocirurgião Dr. Guilherme Rossoni, especialista em coluna vertebral e hérnia de disco, quando a dor persiste por mais de 30 dias, é preciso investigar. “Esse é um sinal de alerta. Pode indicar compressão de nervos, o que, se não for tratado corretamente, pode até causar incontinência urinária, paralisia e outros danos neurológicos sérios”, afirmou o médico em entrevista ao programa Sem Censura, exibido pela TV Brasil e apresentado por Cissa Guimarães.

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Dr. Guilherme trouxe várias pautas importantes para discussão como: hábitos que podem afetar a coluna, atividades físicas recomendadas para fortalecimento muscular, posições para dormir e como escolher o travesseiro e colchão certos.

Segundo ele, 80% da população mundial já sofreu ou vai sofrer com dor na coluna ao longo da vida, segundo dados da OMS. E, embora muita gente associe o problema ao estilo de vida, Dr. Guilherme chama atenção para um fator muitas vezes ignorado: a genética. “É a principal causa das dores na coluna. Claro que sedentarismo, obesidade, tabagismo, má postura e traumas repetitivos agravam, mas a herança familiar é determinante”, explicou.

Jovens, idosos e os diferentes tipos de dor
Rossoni explicou que os tipos de lesão variam de acordo com a idade. Em jovens, o mais comum é a hérnia de disco, quando o disco intervertebral se rompe e o gel interno pressiona um nervo. Já em idosos, os quadros mais frequentes são artrose e estenose do canal medular, caracterizada por um estreitamento que pode sufocar a medula e comprometer movimentos e sensações.

A tecnologia e a “síndrome do pescoço tecnológico”
Outro tema que chamou atenção foi o impacto do uso excessivo de celulares. Dr. Guilherme alertou sobre a chamada “síndrome do pescoço tecnológico”, causada pela inclinação da cabeça para o uso do celular. “Essa postura pode aumentar a pressão sobre a cervical em até 30 kg. Isso gera dores, rigidez, tensão muscular e até dor de cabeça”, afirmou.

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A ministra Marina Silva falou sobre medicina natural, como o fato de tomar água morna para melhorar a coluna. O neurocirurgião explicou que pode ajudar, mas que é preciso ter apoio no tratamento convencional, com evidências científicas, embora seja bem-vindo tudo o que possa contribuir para o bem-estar do paciente.

Maus hábitos que agravam a dor
Durante o programa, o especialista listou hábitos cotidianos que impactam diretamente a coluna, como:
• Cruzar as pernas por muito tempo, o que pode gerar desalinhamento pélvico;
• Uso frequente de salto alto, que muda o eixo do corpo e sobrecarrega a lombar;
• Uso de rasteirinhas, que comprometem a distribuição do peso e afetam joelhos e quadris.

Como prevenir e tratar as dores
A boa notícia é que há muito o que se pode fazer para cuidar da coluna. Segundo Rossoni, atividades como musculação, fisioterapia, pilates, hidroginástica e RPG são fundamentais para fortalecer a musculatura de sustentação, especialmente da região conhecida como “core” (abdômen, lombar, glúteos e pélvis).

Outra dica importante é cuidar da postura ao dormir. “Dormir de barriga para cima com travesseiro sob os joelhos é o ideal. De lado, com travesseiro entre os joelhos, também é aceitável. Já de bruços deve ser evitado”, aconselha o médico.

Na escolha do travesseiro e colchão, Rossoni recomenda atenção à altura, densidade e alinhamento com o corpo. “A coluna precisa estar reta e paralela ao colchão. Colchões muito moles ou muito duros podem prejudicar a coluna, e o termo ‘ortopédico’ muitas vezes é apenas marketing”, alerta.

Cirurgia é a última opção
Apesar da gravidade de muitos casos, o neurocirurgião tranquiliza ao dizer que somente 10% das situações realmente exigem cirurgia. A maioria dos pacientes melhora com abordagens conservadoras. “Tratamentos clínicos como fisioterapia, pilates, RPG, acupuntura e mudanças de hábito costumam resolver”, disse.

Medicina integrativa e suplementos: funciona?
Durante a conversa, houve espaço também para falar de terapias complementares. A ministra Marina Silva, que também participou do programa, compartilhou sua experiência com água morna em jejum, inspirada na medicina chinesa. Dr. Guilherme destacou que, embora não haja comprovação científica direta para esses métodos no tratamento da coluna, eles podem auxiliar, especialmente pelo efeito placebo ou pela hidratação. “A experiência do paciente deve ser ouvida, mas os tratamentos convencionais, baseados em evidências, não podem ser deixados de lado”, pontuou.

Sobre o uso de colágeno, glucosamina e fitoterápicos como arnica e óleo de sucupira, o médico explica que os benefícios são mais bem documentados em articulações como joelho e ombro. Para a coluna, ainda faltam estudos mais robustos. “Não descarto, mas também não recomendo como única abordagem.”

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