CONSTANÇA REZENDE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
A Polícia Federal conseguiu cumprir, na noite desta quarta-feira (23), todos os seis mandados de prisão temporária autorizados pela Justiça Federal do Distrito Federal, no âmbito da operação Sem Desconto, que investigou fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
A ação foi deflagrada nesta quarta-feira (23), pela Polícia Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União), para combater um esquema nacional de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões, que começou em 2016 e ganhou força em 2019.
De acordo com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, as prisões foram expedidas contra dirigentes e integrantes de entidades de classe, como associações e sindicatos, que formalizaram Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS.
Esses acordos permitem que entidades realizem descontos de mensalidades associativas diretamente na folha de pagamento dos beneficiários do INSS, desde que autorizados pelos aposentados e pensionistas.
Algumas associações, porém, teriam fraudado assinaturas de aposentados ou feito descontos em aposentadorias que não teriam sido autorizados.
Também foram cumpridos mandados judiciais de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão, na maior operação já realizada pela CGU.
As buscas incluíram o gabinete do presidente demitido do INSS, Alessandro Stefanutto, e sua residência.
Além do Distrito Federal, também foram feitas buscas nos estados de Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.
Segundo o diretor-geral da PF, com um único alvo, foram apreendidos vários carros, como uma Ferrari e um Rolls Royce, avaliados em mais de R$ 15 milhões. Com outro, 200 mil dólares e, um segundo, 150 mil dólares. Também foram apreendidas joias e quadros.
Ao todo, cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU participaram da operação.
De acordo com as investigações, a soma dos valores descontados por sindicatos e associações chega a R$ 6,3 bilhões, entre 2019 e 2024, mas ainda será apurado qual a porcentagem foi feita de forma ilegal