Uma operação conjunta da Polícia Civil de Pernambuco e da Secretaria da Fazenda resultou na prisão de sete pessoas, entre elas dois contadores e três empresários do polo gesseiro do estado. A ação, batizada de Operação Malta, teve como alvo um esquema de sonegação fiscal que, segundo as autoridades, causou um prejuízo estimado em R$ 18 milhões aos cofres públicos estaduais.
O grupo é suspeito de utilizar notas fiscais falsas durante um período de dois anos para encobrir o transporte ilegal de gesso. O esquema envolvia 42 empresas fantasmas, criadas com o uso de CPFs de pessoas desempregadas ou em situação de vulnerabilidade social, segundo a investigação.
O polo gesseiro do Araripe, localizado no Sertão de Pernambuco, é responsável por 97% da produção nacional de pedra gipsita, principal matéria-prima para o gesso, e abriga a quarta maior reserva do mineral no mundo.
Durante a operação, realizada em 15 de abril, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens e bloqueio judicial de R$ 6,3 milhões. Entre os materiais apreendidos, estão veículos de luxo avaliados em R$ 1,5 milhão.
Segundo o delegado Breno Varejão, titular da Delegacia de Crimes Contra a Ordem Tributária, o inquérito teve início em 2023. Ele informou que muitos dos CNPJs usados no esquema pertenciam a supostos empresários que, na prática, não exerciam qualquer atividade comercial.
As investigações apontam que as empresas envolvidas movimentaram cerca de R$ 140 milhões com as fraudes. Os suspeitos responderão por sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e falsificação de documentos.
Os mandados foram cumpridos nos municípios pernambucanos de Araripina, Trindade e Ouricuri, além da cidade de Marcolândia, no estado do Piauí.