A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram, nesta quarta-feira (23), uma operação conjunta para desarticular um esquema de fraudes envolvendo descontos indevidos em benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
De acordo com as investigações, entidades associativas cobravam mensalidades de aposentados e pensionistas sem autorização. Estima-se que os desvios, praticados entre 2019 e 2024, possam ter causado prejuízo de até R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos.
Durante coletiva de imprensa, o ministro da CGU, Vinícius Carvalho, explicou que muitas das associações ofereciam serviços fictícios, como convênios com academias e planos de saúde, sem possuírem estrutura para cumpri-los. Em diversos casos, as assinaturas dos beneficiários foram falsificadas para autorizar os descontos diretamente na folha de pagamento do INSS.
Carvalho também destacou o crescimento expressivo dos valores repassados às entidades nos últimos anos. Segundo ele, os repasses saltaram de R$ 413 milhões, em 2016, para R$ 2,8 bilhões em 2023.
A investigação ouviu uma amostra de 1.300 aposentados e pensionistas, dos quais 97% afirmaram jamais ter autorizado qualquer tipo de desconto em seus benefícios.
A operação faz parte da força-tarefa que busca combater irregularidades no sistema previdenciário e responsabilizar os envolvidos pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica, organização criminosa e lavagem de dinheiro.