

Foto tirada em Itapema mostra com detalhes como é o felino raro ameaçado de extinção – Foto: Ale Bianco/FAACI
Um exemplar de gato-maracajá, um felino raro e ameaçado de extinção, foi capturado pelas câmeras de monitoramento do REVIS (Refúgio de Vida Silvestre) de Itapema, no Litoral Norte catarinense.
O registro é de março, mas foi trazido à tona pela Fundação Ambiental Área Costeira de Itapema, órgão gestor local, há uma semana. No vídeo, também aparecem outros animais em momentos distintos, como o tamanduá-mirim, o mão-pelada e o irara.
O biólogo e diretor do REVIS, Rodrigo Bicudo, explica que o gato-maracajá (Leopardus wiedii) é ágil, tem hábitos noturnos e solitários e passa a maior parte do tempo em árvores, onde caça e se protege. Seus tornozelos giram 180° e são capazes de saltar até 3,7 metros entre galhos.
Apesar de estar ameaçado de extinção no Brasil, as câmeras já o flagraram pelo refúgio ambiental de forma mais clara outras vezes.
Registro de 2023 também flagrou o gato-maracajá na localidade – Vídeo: Divulgação/REVIS Itapema
“Nós temos três espécies de felinos aqui no refúgio: além do gato-maracajá, temos jaguatiricas e gato-do-mato-pequeno. Aqui há centenas de outras espécies, muitas ameaçadas de extinção”, contou Bicudo ao ND Mais.
Ainda não é possível saber quantos indivíduos da espécie residem na região, mas por ser uma unidade de conservação, se deparar com um deles enquanto faz uma trilha pode gerar bons registros. “Isso é praticamente impossível, mas ele é um animal inofensivo. A dica é aproveitar a oportunidade”, ressalta o biólogo.
A jaguatirica citada pelo profissional também já foi registrada pelo videomonitoramento da área em 2024. Veja:
Jaguatirica foi vista em 2024 no refúgio – Vídeo: Divulgação/REVIS Itapema
Sobre o refúgio onde felino raro é visto
O Refúgio de Vida Silvestre de Itapema é uma Unidade de Conservação do grupo de proteção integral, criado pelo Decreto nº87 de 2012. Abrange 3 mil hectares, cobrindo metade da área do município.
A área protegida abriga as nascentes dos rios Perequê, Areal, São Paulinho e Ilhota, esses rios abastecem os municípios de Itapema, Porto Belo, Bombinhas e parte de Balneário Camboriú.

Mapa mostra área ocupada pelo refúgio – Foto: Divulgação/REVIS
O local abriga uma grande biodiversidade, sendo catalogadas nos estudos de criação: 498 espécies vegetais, 305 espécies de aves, 42 espécies de anfíbios, 16 de répteis e 30 de mamíferos. Além do felino raro, outra espécie ameaçada de extinção encontrada no refúgio é o Bugio (Alouatta guariba).
“É uma área extremamente importante pra conservação da fauna de Santa Catarina. Para mantermos isso, temos um tripé de fiscalização, pesquisa e educação ambiental, além de um conselho gestor e um plano de manejo, que são nossas principais ferramentas”, complementa o diretor.