

Senador Flávio Bolsonaro na comissão de segurança do Senado – Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
Senador pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, 43, é o filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em 2018, foi o senador mais votado no mesmo estado, conforme dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ao lado de Eduardo Bolsonaro, o outro filho com grande atuação parlamentar, é tratado como um dos sucessores do pai.
Quem é Flávio Bolsonaro?
Flávio Nantes Bolsonaro nasceu em 1981 no município de Resende (RJ). Ele é um dos filhos de Jair Bolsonaro, fruto do primeiro casamento com Rogéria Bolsonaro. De acordo com a numeração militar utilizada pelo ex-presidente para se referir aos filhos, Flávio é o 01; Carlos, o 02; Eduardo, o 03; e Renan, o 04. Laura fica de fora da contagem.
Flávio Bolsonaro é graduado em Direito pela Universidade Cândido Mendes e possui especializações em Políticas Públicas pelo IUPERJ (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro) e em Empreendedorismo pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
O filho “01” iniciou a carreira política em 2003, por influência do pai. Aos 22 anos, filiado ao PP (Partido Progressista), ele se elegeu o deputado estadual mais jovem da legislatura 2003/2007 na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

Flavio Bolsonaro na Alerj – Foto: Alerj/Divulgação/ND
Flávio ficou conhecido pela apresentação de projetos de lei na área de Segurança Pública, defendendo pautas como a pena de morte e a redução da maioridade penal, segundo perfil biográfico da Alerj. Ele permaneceu como deputado estadual do Rio de Janeiro durante quatro mandatos, de 2003 a 2018.
O filho do ex-presidente disputou a prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSC (Partido Social Cristão) em 2016, defendendo um discurso focado no conceito de família tradicional e em valores éticos e morais. Ele obteve 14% dos votos, ficando em quarto lugar na disputa.
Atuação como senador e papel político
Nas eleições de 2018, Flávio Bolsonaro foi candidato ao Senado Federal no Rio pelo PSL (Partido Social Liberal). A candidatura foi anunciada na Convenção Nacional do partido, realizada em julho de 2018. No mesmo evento, foi oficializada a candidatura de Jair Bolsonaro para Presidente da República.
O resultado das urnas consagrou Flávio Bolsonaro como o senador mais votado na história do Rio de Janeiro, alcançando quatro milhões de votos, segundo dados do TSE.
Já no início do mandato, em fevereiro de 2019, o filho do ex-presidente galgou um posto na Mesa Diretora do Senado Federal, sendo eleito 3º Secretário. Lá, a atuação política de Flavio se concentrara em pautas conservadoras e de segurança pública, bandeiras também de seu pai, Bolsonaro.
Caso das “rachadinhas” e outras polêmicas
Flávio Bolsonaro é conhecido, assim como o pai, por posições polêmicas. Em 2011, o então deputado estadual defendeu o regime militar. Segundo ele, “Naquele tempo havia segurança, havia saúde, educação de qualidade, havia respeito. Hoje em dia a pessoa só tem o direito de quê? De votar. E ainda vota mal.”
Em 2016, Flávio e seu segurança, policial militar, trocaram tiros com dois assaltantes que praticavam roubo em um carro à sua frente na zona oeste do Rio de Janeiro, um dos bandidos ficou ferido e fugiu de moto.

Deputado federal Flávio Bolsonaro – Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Na esteira das polêmicas, o deputado já foi acusado de homofobia por suas declarações, como, “o normal é ser heterossexual” e “duvido que algum pai tenha orgulho de ter um filho gay”. A fala, que reitera a posição de Jair Bolsonaro na televisão, foi repudiada por vários segmentos da sociedade brasileira.
Um dos casos que ganhou repercussão nacional no noticiário de política e de segurança aconteceu quando Flávio Bolsonaro foi o principal alvo da investigação das “rachadinhas”, que apurava desvios de recursos de seu gabinete na Alerj. Embora o STJ tenha anulado as decisões da Justiça no final de 2021, encerrando a investigação, o MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) apresentou um novo recurso para tentar retomar o caso envolvendo o senador.
Fabrício Queiroz, policial militar aposentado e ex-chefe de gabinete de Flávio, foi apontado como o operador do esquema, que segundo o MPRJ teria desviado mais de R$ 6 milhões.
Em fevereiro deste ano, Flávio obteve duas vitórias no STF sobre as denúncias de “rachadinha”. Após quase dois anos de análise, o ministro Gilmar Mendes negou dois recursos apresentados pelo Ministério Público do Rio que tentavam reabrir o processo, e manteve arquivado.

Flavio Bolsonaro e Fabricio Queiroz – Foto: Reprodução/Redes sociais/ND
O nome de Flávio é, assim como dos irmãos, envolvido em polêmicas ao longo da trajetória política. Em 2023, o senador minimizou o caso das joias sauditas que atingiu diretamente o pai, Jair Bolsonaro, e Michelle Bolsonaro. À época ele disse que a tentativa de trazer ilegalmente joias avaliadas em 16,5 milhões de reais ao País é apenas uma ‘coisa tão pequena’ que estaria sendo ampliada pela imprensa.
Recentemente, o senador classificou as investigações contra seu pai como “perseguição” e defendeu uma anistia “ampla, geral e irrestrita” em relação ao inquérito sobre a suposta tentativa de golpe de Estado ao final do governo de Jair Bolsonaro.
O ex-ajudante de ordens do pai, Mauro Cid, afirmou, na delação premiada, que os filhos do ex-presidente, Flávio e Eduardo, tinham posições divergentes sobre uma possível tentativa de golpe de Estado em 2022, para impedir a posse do presidente Lula.
Mauro Cid disse que Flávio era contra a ideia, enquanto Eduardo fazia parte de um grupo mais radical, que defendia a suposta tentativa de golpe para manter o pai, Jair Bolsonaro, no poder.