EDUARDO MOURA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), publicou no Instagram uma frase nas redes sociais em que critica o uso de dinheiro público por artistas.
“Artista que recebe recursos do Estado é um instrumento de propaganda política. Ele está fazendo política e não fazendo arte”, publicou, numa frase atribuída ao presidente argentino Javier Milei.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais para comentar a publicação, mas o órgão não se manifestou até a publicação deste texto.
Apesar da crítica, o governo Zema utilizou, até janeiro deste ano, 99,3% dos recursos fornecidos pelo governo federal via Lei Paulo Gustavo, de fomento ao setor, destinando R$ 144,8 milhões ao audiovisual e R$ 51,3 milhões para outras áreas da cultura.
Minas Gerais também foi, no ano passado, o terceiro estado onde houve maior captação de recursos via Lei Rouanet, com R$ 350 milhões, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Na virada deste ano, a secretaria de Cultura e Turismo disse que investiu, ao todo, R$ 621,2 milhões no setor em 2024.
Neste domingo (6), Zema esteve entre os políticos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro para pressionar por anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. A gestão de Bolsonaro foi marcada por críticas e entraves aos mecanismos públicos de incentivo à cultura, sobretudo à Lei Rouanet.
Na ocasião, o governador de Minas Gerais esteve ao lado dos principais nomes da direita cotados à Presidência da República em 2026, diante da inelegibilidade de Bolsonaro, como os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do Paraná, Ratinho Jr. (PSD) e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).