A aquisição de 58% do Banco Master pelo BRB, estatal do Distrito Federal, virou centro das atenções no mercado financeiro. Avaliada em R$ 2 bilhões, a operação seria uma das maiores compras bancárias recentes no Brasil, equivalente a 75% do patrimônio líquido ajustado do Master.
Diante das especulações sobre um eventual socorro estatal ao banco conhecido por oferecer CDBs com taxas de até 140% do CDI, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, negou qualquer conotação de resgate financeiro.
Conheça os principais pontos
Honra aos CDBs:
Todos os CDBs emitidos pelo Banco Master e pelo Will Bank serão incorporados ao novo banco e honrados integralmente. Já os emitidos por outras subsidiárias, como o Voiter e o Banco Master de Investimentos, não entram na operação.
Motivação da compra:
O BRB busca se tornar uma instituição mais robusta e nacional, e o Master agrega expertise em mercado de capitais, crédito consignado e middle corporate, além de presença digital relevante.
Negociação estruturada
A escolha do Master, segundo decorre de processo estruturado de avaliação e aquisição iniciado em 2023, com compra prévia de carteiras de crédito. Ele também negou qualquer interferência política na negociação.
Banco Central decidirá
Sobre a aprovação da compra cabe ao Banco Central deliberar. O prazo legal é de até 360 dias, e uma reunião com o presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, teria sido “cordial e positiva”.
Crescimento acelerado do Master
O banco multiplicou seu patrimônio por 10 vezes em quatro anos, sustentado por captação agressiva via CDBs. Isso alimentou dúvidas no mercado quanto à sustentabilidade dos ativos, mas o BRB acredita que a estrutura será fortalecida com a fusão.
A transação ainda aguarda aprovação formal do Banco Central. Se autorizada, criará uma instituição com R$ 112 bilhões em ativos e 15 milhões de clientes, entrando no ranking dos 10 maiores bancos em carteira de crédito do país.