“Câncer com Ascendente em Virgem”: emoção e leveza na luta contra o câncer

O cinema brasileiro ganha um novo e tocante drama com “Câncer com Ascendente em Virgem”, dirigido por Rosane Svartman. Estreando nesta quinta-feira (27), o filme apresenta uma abordagem sensível e leve sobre o câncer de mama, equilibrando momentos de emoção com toques de humor. O elenco, composto por Suzana Pires, Marieta Severo, Nathália Costa e Fabiana Karla, dá vida a uma trama que enfatiza a importância das redes de apoio e das relações familiares diante de um diagnóstico tão impactante.

Inspirado na história real de Clélia Bessa, produtora do filme, que superou o câncer de mama em 2008 e compartilhou sua experiência no blog “Estou com Câncer, e Daí?”, o longa-metragem se aprofunda na experiência feminina frente a adversidades tão profundas. Sua jornada de superação é retratada com um olhar empático, sem recorrer a um discurso de vitimização, mas celebrando a força das mulheres.

O roteiro, escrito por Suzana Pires, Rosane Svartman, Martha Mendonça e Pedro Reinato, conduz a narrativa de forma realista e sem adornos. Clara (Suzana Pires), uma professora de matemática e influenciadora educacional, é diagnosticada com câncer de mama e precisa lidar com os efeitos devastadores da doença em todas as esferas de sua vida. Sua relação com a mãe, Leda (Marieta Severo), uma mulher espiritualizada e cheia de crenças, oferece conforto e leveza ao longo da trama.

A personagem de Clara também é acompanhada por sua filha, Nina (Nathália Costa), e a dinâmica familiar torna-se central na construção da narrativa. As relações entre mãe e filha atravessam momentos de tensão e conflito, mas também de acolhimento e afeto. Esses laços são fundamentais para a construção emocional do filme, que evita recorrer a estereótipos e trata as interações com profundidade e humanidade.

O grande trunfo da produção está em como ela lida com temas delicados, como autoestima, vida amorosa e maternidade, sem jamais perder o tom humano e acolhedor. A direção de Svartman permite que o elenco se destaque em momentos simples, mas poderosos. Cenas como a “canção de ninar” cantada em família e a live da protagonista são pequenos gestos que, carregados de emoção, deixam uma marca duradoura.

O humor, por sua vez, surge de forma natural e sem exageros, o que torna a experiência ainda mais humana e próxima do público. Não há um “alívio cômico” forçado; o humor é entrelaçado com a narrativa de maneira que reforça a mensagem central do filme: mesmo diante dos momentos mais difíceis, é possível encontrar leveza e alegria.

Visualmente, o longa se destaca pela sua paleta vibrante, figurinos modernos e diálogos bem-costurados, criando um ambiente imersivo e autêntico. Esses elementos, combinados com uma trilha sonora envolvente, ajudam a estabelecer o tom certo para a história, que se sente tão leve quanto comovente. A estética do filme contribui para seu apelo emocional, conectando o público com os personagens e suas histórias.

No fim, “Câncer com Ascendente em Virgem” é um filme que não só emociona, mas também inspira. Ele celebra a vida, a força das mulheres e a importância das redes de apoio. Com uma direção cuidadosa e um elenco talentoso, a produção oferece uma reflexão profunda sobre o enfrentamento de doenças graves, deixando uma mensagem de esperança e acolhimento para todos que a assistem.

Confira o trailer: 

Ficha Técnica
Direção: Rosane Svartman;
Roteiro: Suzana Pires, Martha Mendonça e Pedro Reinato;
Elenco: Suzana Pires, Marieta Severo, Fabiana Karla, Carla Cristina Cardoso, Julia Konrad, Ângelo Paes Leme, Maria Gal, Yuri Marçal, Heitor Martinez;;
Gênero: Drama;
Duração: 100 minutos;
Distribuição: Downtown Filmes;
Classificação indicativa: 14 anos;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço Z