Mulher relata pavor diante de genro que a esfaqueou com a filha e a neta: ‘só podia conter a força das facadas’

Rosana Baldim Ramazini estava no apartamento em Franca (SP) no momento em que o engenheiro civil Luís Fernando Silveira atacou a ex Amanda Ramazini e a filha de 1 ano. Suspeito está preso preventivamente. Mãe de mulher esfaqueada pelo ex-companheiro em Franca fala sobre momento do ataque
Rosana Baldim Ramazini, de 53 anos, ainda se recupera dos ferimentos e do trauma da última segunda-feira (21), quando foi atacada a facadas com a filha Amanda Baldim Ramazini, de 31 anos, e a neta de apenas 1 ano pelo engenheiro civil Luís Fernando Silveira, de 32 anos, dentro de um condomínio em Franca (SP).
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Enquanto visita diariamente Amanda no hospital, que está grávida e internada, ela tenta superar as lembranças dos momentos de pavor e de impotência que viveu quando o homem invadiu o apartamento e as perseguiu até o banheiro, onde elas tentaram se trancar.
“A força dele é muito grande e eu só podia conter a força das facadas. (…) Pavor imenso, eu olhava pra minha filha, uma sensação de impotência muito grande, mas nós lutamos com ele, porque o nosso pensamento conjunto, claro, [era] pelas nossas vidas, pela minha, pela dela e pela Aurora”, disse, em entrevista à reportagem da EPTV, afiliada da TV Globo.
Imagens de câmeras de segurança mostram momento em que engenheiro chega correndo atrás da ex, que acabou esfaqueada no banheiro em Franca, SP
Câmeras de segurança/ Arquivo pessoal
Rosana, a filha e a neta, que atualmente vivem em Ribeirão Preto (SP), foram esfaqueadas enquanto tinham ido ao Jardim Noêmia, em Franca, para buscar as coisas de Amanda no apartamento onde ela e Silveira viveram antes da separação, ocorrida há cerca de um mês, depois de um relacionamento de dez anos.
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O engenheiro civil, que chegou a ser preso por conta do comportamento agressivo e foi solto uma semana antes, era alvo de uma medida protetiva, mas ainda era considerado morador do condomínio, conseguiu entrar e surpreender as vítimas no imóvel, segundo a Polícia Civil.
Ele foi contido com a ajuda de funcionários e moradores (veja abaixo um vídeo desse momento) mas já havia causado ferimentos às três vítimas. Rosana e a bebê tiveram alta, enquanto Amanda, que levou em torno de 20 facadas, segue na UTI por conta de uma perfuração no pulmão, com quadro clínico estável.
Preso em flagrante no mesmo dia, Silveira teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, que considerou a medida necessária para garantir a segurança das vítimas. A defesa dele informou que entraria com um pedido de habeas corpus.
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‘Não tinha muito o que ser feito’
Rosana relata que, assim que o engenheiro chegou ao apartamento e começou o ataque, elas saíram correndo em direção ao banheiro para tentar se proteger.
Ela conta que estava com a neta no colo, aparentemente já ferida, quando o agressor começou a chutar a porta do cômodo e conseguiu entrar para tentar dar sequência às facadas.
“Foram momentos muito desafiadores porque não tinha muito o que ser feito, o que eu puder fazer foi diminuir a força das facadas que ele estava desferindo na minha filha, e esperar o socorro. Minha neta estava no meu colo no momento em que ele invadiu o banheiro, ele invadiu, ele deu dois chutes na porta, o primeiro não rompeu, o segundo rompeu, a Aurora estava no meu colo e eu não tinha percebido que ele tinha desferido a facada nela, mas eu tive que protegê-la, eu coloquei ela dentro do box, fechei a porta, e comecei a ajudar minha filha”, lembra.
Rosana Baldim Ramazini, de 53 anos, foi esfaqueada com a filha e a neta pelo genro em Franca, SP
Reprodução/EPTV
Uma funcionária do condomínio, que fazia limpeza, entrou no apartamento ao notar a movimentação estranha e ouvir um pedido de socorro. Na sequência, um zelador apareceu e ajudou a conter o agressor.
“A gente sabe que nunca está sozinha, eu acredito em forças celestes, em forças muito grandes e naquele momento nós estávamos muito amparadas, muito mesmo. Foi isso exatamente que nos salvou, e os vizinhos todos que nos salvaram e continuam nos auxiliando, nos confortando”, afirma.
Para ela, o mais importante agora é que a Justiça garanta a prisão do engenheiro civil.
“Acredito que vai ser feita justiça, eu perdoo esse homem, mas não a atitude dele, que fique muito claro, as atitudes não, mas eu espero que ele seja encaminhado pra que ele se recupere, ele não pode ficar solto e nos colocar em risco, porque ele ainda é um risco pra nós, eu espero e eu espero realmente que ele não seja solto”, diz.
Amanda Ramazini foi atacada com a filha pelo ex-marido, Luis Fernando Moreira, em Franca, SP
Arquivo Pessoal
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