Comandante-geral da PM é apontado como líder de grupo de policiais investigados por venda de armas e munições


Filhos do coronel Miramilton Goiano de Souza, que são policiais penais, ajudavam o pai com as vendas ilegais. Operação ocorreu nesta quarta-feira (22) em Boa Vista e Fernandópolis, no interior de São Paulo. Deputado e comandante da PM são alvos da PF em Roraima
O comandante-geral da Polícia Militar de Roraima coronel Miramilton Goiano de Souza é apontado nas investigações da Polícia Federal como o líder do grupo criminoso investigado por venda ilegal de armas e munições no estado.
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O coronel, conforme apurado pela Rede Amazônica, atuava, principalmente, com o apoio dos dois filhos Renê Pugsley de Souza e Reniê Pugsley de Souza, que são policiais penais — os três são suspeitos das vendas ilegais.
O deputado estadual Rarison Barbosa, que também é policial penal, atuava no esquema como a pessoa que comprava as munições ilegais de Miramilton e dos filhos dele. Além disso, há suspeita de que deputado comprou uma máquina de recarga de munições para atender ao esquema criminoso.
A investigação chegou ao nome de Miramilton após a prisão de um homem em Pacaraima em 2023, flagrado com uma arma. À época, um tenente, em nome do coronel, foi até a delegacia da PF saber se seria possível recuperar a arma que seria de Renê, o que levantou suspeitas dos investigadores.
A operação deflagrada nesta quarta tenta aprofundar as investigações da PF sobre o comércio ilegal de armas e munições. Foram feitas buscas e apreensões na casa do comandante, dos dois filhos deles, na casa do deputado Rarison e de outros policiais envolvidos.
Deputado estadual Rarisson Barbosa (PMB) e Comandante-geral da Polícia Militar de Roraima, coronal Miramilton Goiano são alvos de operação
Divulgação/Ale-RR e Reprodução/Instagram
Operações da PF
O deputado estadual e o comandante-geral da Polícia Militar de Roraima são alvos da Polícia Federal em duas operações que investigam a venda ilegal de armas de fogo e munições no estado. Os agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (23).
Dois filhos do coronel Miramilton, que são policiais penais, também são alvos de buscas da PF. Eles cursam medicina na cidade de Fernandópolis, interior de São Paulo, onde agentes federais cumprem duas ordens de apreensão.
Investigações da PF identificaram “uma intensa negociação de munições e armamentos pelos suspeitos”, que ocorriam de forma ilegal. A operação foi deflagrada em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Roraima.
Comandante-geral da PM é alvo de operação da Polícia Federal
Marcelo Marques
Em nota divulgada nas redes sociais, o deputado Rarison disse que foi surpreendido, que desconhece os motivos pelos quais foi associado a operação e que nunca teve envolvimento com atividades ilícitas, “especialmente no que diz respeito ao comércio de armas”. O comandante-geral foi procurado pelo g1, mas não enviou resposta até a última atualização da reportagem.
O governo, que é responsável pela escolha do comando da Polícia Militar, informou, em nota, que por “determinação do Governador Antonio Denarium, abrirá processo administrativo disciplinar contra todos os envolvidos nas investigações, e permanece à disposição dos órgãos de fiscalização e controle para dar uma resposta à população roraimense.”
O coronel Miramilton Goiano ocupa o mais alto posto da PM de Roraima desde fevereiro de 2023 quando foi nomeado pelo governador Denarium. Nos últimos meses, ele também passou a ser investigado pela Polícia Civil por suspeita de interferir no assassinato do casal de agricultores Flávia Guilarducci, de 50 anos, e Jânio Bonfim de Souza, de 57, no crime conhecido localmente como “Caso Surrão”.
Além disso, durante a gestão de Miramilton ao menos 100 policiais militares passaram a ser investigados pelo MP por crimes como fazer parte de milícia, trabalhar para garimpeiros, roubar garimpeiros, tortura, sequestro, tráfico e homicídios.
O deputado estadual Rarison Barbosa está no primeiro mandato – foi eleito em 2022 com 3.200 votos. Começou na vida pública como sindicalista, onde presidiu o Sindicato dos Policiais Penais de Roraima (Sindpen). Quando se candidatou, Rarison declarou ter R$ 595 mil em bens.
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