Atlantica Hospitality: setor hoteleiro pode atingir, em 2025, a melhor ocupação da história

São Paulo, 21 – O presidente da Atlantica Hospitality International, Eduardo Giestas, disse que a ocupação dos hotéis no Brasil está crescente e pode chegar, em 2025, ao melhor momento desde 2013, que foi o ápice do setor. Naquele ano, os hotéis registraram, em média, 67% dos quartos reservados, de acordo com dados do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB).

“Este ano pode atingir o nível de ocupação de 2013, que foi o melhor da história”, afirmou Giestas, ao participar na terça-feira, 18, de um debate organizado pela consultoria Brain Inteligência Estratégica sobre os efeitos da pandemia sobre o mercado imobiliário.

No evento, o presidente da Atlantica (dona das marcas Radisson, Wyndham, Transamerica, entre outras) disse que a pandemia mudou o comportamento das pessoas e criou novas fontes de demanda para o setor hoteleiro. “Existe um movimento relevante de mudança de comportamento que me deixa otimista”, disse.

Ele citou que a experiência da viagem passou a ser muito mais valorizada entre as opções de lazer pela população. “Depois de ficarmos confinados, passamos a dar mais valor a viajar”, apontou. Outro fator é a maior flexibilidade no expediente de trabalho, com mais pessoas capazes de trabalhar remotamente.

Dentro desse contexto, o turismo no Brasil tende a crescer nos próximos anos. Além dos hábitos deixados pela pandemia, os brasileiros têm escolhido viajar dentro do País devido à disparada na cotação do dólar, que tornou as viagens internacionais mais difíceis. “O Brasil ainda é subofertado em termos de quartos e tem um futuro promissor para os próximos cinco anos em termos de ocupação e valores de diárias”, emendou, citando, inclusive, a tendência de reajustes nos valores das diárias.

A taxa de ocupação dos hotéis no Brasil caiu de 60,2% em 2019 – último ano antes da pandemia – para 26,5% em 2020, após estouro da crise sanitária. O setor levou dois anos para chegar perto da ocupação pré-pandemia, com 58,9% em 2022, até igualar as bases, com 60,5% em 2023. Só no ano passado, a ocupação dos hotéis voltou a crescer, marcando 63,9% em 2024, segundo o FOHB.

Por sua vez, o valor médio da diária levou bem mais tempo para se recuperar. O preço cobrado dos hotéis recuou de R$ 356 em 2019 para R$ 347 em 2020 e desabou para R$ 249 em 2021. Só em 2023, o setor superou o cobrado antes da pandemia, chegando a R$ 417. Já em 2024, houve continuidade no crescimento, indo a R$ 445.

“O setor de turismo e hospitalidade começou a ficar bem só após dois anos de travessia no deserto”, observou o presidente da Brain Inteligência Estratégica, Fábio Tadeu de Araújo, durante o debate.

Estadão Conteúdo

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