Potências ocidentais pressionam Rússia a responder à proposta de trégua com a Ucrânia

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Os aliados ocidentais da Ucrânia pediram à Rússia, nesta quarta-feira(12), que responda à proposta dos Estados Unidos de um cessar-fogo de 30 dias, aceita por Kiev após três anos de invasão.

Na reação inicial de Moscou, o Kremlin disse que espera que Washington compartilhe detalhes do plano acordado no dia anterior em uma reunião entre representantes da Ucrânia e Estados Unidos na Arábia Saudita.

“Esperamos que o secretário de Estado (Marco) Rubio e o conselheiro (Michael) Walz nos informem por vários canais nos próximos dias sobre as negociações que ocorreram e os acordos alcançados”, disse o porta-voz presidencial russo Dmitry Peskov.

Após a reunião na terça-feira em Jidá, durante a qual Kiev aceitou um plano de trégua temporária, Marco Rubio declarou: “Agora levaremos esta oferta aos russos e esperamos que digam sim à paz. Agora a bola está com eles”.

“A ideia de um cessar-fogo de 30 dias é um passo importante e correto em direção a uma paz justa para a Ucrânia (…) Agora cabe a (o presidente Vladimir) Putin”, reiterou o chanceler alemão Olaf Scholz na rede X.

Andrii Yermak, assessor do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que a Ucrânia deixou claro que busca a paz.

“A Rússia tem que dizer, muito claramente, se quer paz ou não, se quer acabar com esta guerra, que eles começaram, ou não”, afirmou à imprensa.

A resposta positiva da Ucrânia à proposta levou o governo do presidente americano, Donald Trump, a retirar a suspensão da ajuda militar, que o magnata republicano havia congelado.

Após mais de três anos de guerra, a Ucrânia apresentou uma proposta de cessar-fogo parcial na esperança de que Washington restabelecesse a assistência crucial.

– “Grande reunião” –

Rubio disse que as remessas militares e o intercâmbio de inteligência, que Washington havia suspendido após uma reunião desastrosa em 28 de fevereiro entre Trump e Zelensky, seriam retomados imediatamente.

A Polônia informou nesta quarta-feira que as remessas de equipamentos militares americanos através do centro logístico de Jasionka “voltaram aos níveis anteriores”. Segundo dados das autoridades de Varsóvia, até 95% da ajuda ocidental passa pelo país.

Trump também disse que estava disposto a receber novamente seu colega ucraniano na Casa Branca e provavelmente falaria com Putin esta semana.

Questionado por um jornalista sobre as perspectivas de um cessar-fogo completo na Ucrânia, Trump respondeu: “Espero que seja nos próximos dias. Gostaria de ver isso”.

“Sei que temos uma grande reunião com a Rússia amanhã e esperamos boas negociações”, comentou, sem dar mais detalhes.

– Garantias “sólidas” –

Desde que os Estados Unidos interromperam a ajuda e a troca de informações de inteligência, a Rússia intensificou os ataques à infraestrutura energética da Ucrânia e recuperou terreno na região de Kursk, invadida por forças ucranianas em agosto.

A reunião em Jidá ocorreu poucas horas após o maior ataque de drones ucranianos contra a Rússia desde o início da invasão. Esses ataques deixaram três mortos.

A mudança na política dos Estados Unidos sobre a Ucrânia com a chegada de Trump à Casa Branca levou os aliados europeus a repensar sua estratégia de defesa comum.

O presidente francês, Emmmanuel Macron, que sugeriu a presença de forças europeias na Ucrânia, comemorou o “progresso” feito na reunião de Jidá na terça-feira, mas insistiu que Kiev precisa de garantias de segurança “sólidas” em qualquer cessar-fogo.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também falou em “progresso significativo” nas negociações, enquanto sua colega italiana, Giorgia Meloni, insistiu que “a decisão agora depende da Rússia”.

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© Agence France-Presse

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