“Lista de cirurgias é dinâmica e prioriza quem mais precisa”, diz secretária sobre procedimentos eletivos

Funcionária pública de carreira, Adilma Lucena era secretária adjunta na gestão de Cecilia Lorenzon – Foto: Redação/FolhaBV

A recém-empossada secretária de Saúde de Roraima, Adilma Lucena, concedeu uma entrevista no programa Agenda da Semana, da Rádio Folha 100.3, neste domingo (9), onde detalhou os principais desafios da pasta e as ações planejadas para melhorar o atendimento à população. Com 13 dias no cargo, Lucena, que já integrava a equipe anterior da Secretaria, destacou a complexidade da gestão em saúde e os esforços para resolver problemas como o funcionamento do aplicativo de agendamento de consultas e a fila de cirurgias eletivas.

Aplicativo de agendamento e falhas no sistema

Um dos principais pontos abordados foi o aplicativo do Sistema de Regulação (SISREG), utilizado para agendar consultas no Hospital Coronel Mota. Lucena reconheceu as falhas no sistema, que têm gerado insatisfação entre os usuários. Ela explicou que o SISREG é uma política nacional do Ministério da Saúde, essencial para mapear o quantitativo de atendimentos e garantir recursos financeiros para o estado.

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“Temos problemas no aplicativo, sim, e não é só aqui em Roraima. A instabilidade é a nível nacional, muitas vezes causada por falhas na internet”, afirmou. Para minimizar os impactos, a Secretaria criou um plano B: um link no site oficial onde os pacientes podem verificar o status de suas consultas. Além disso, Lucena anunciou treinamentos para servidores das Unidades Básicas de Saúde (UBS), que poderão acessar o sistema e informar os usuários sobre as datas de agendamento.

Entendendo o fluxo de atendimento

A secretária explicou que o acesso ao atendimento especializado começa nas UBS, onde o médico clínico identifica a necessidade de consultas com especialistas e faz a solicitação no sistema. “O primeiro atendimento é feito na unidade básica. O médico clínico avalia e encaminha para a especialidade correta”, disse. Ela citou o exemplo de um paciente com hérnia de disco, que poderia ser erroneamente encaminhado para um ortopedista, quando o correto seria um neurocirurgião.

Após o primeiro atendimento, os retornos são agendados diretamente no Coronel Mota. Lucena ressaltou que o sistema é integrado, permitindo que os pacientes busquem informações tanto nas UBS quanto no hospital.

Fila de cirurgias eletivas e transparência

Outro tema sensível abordado foi a fila de cirurgias eletivas. Lucena preferiu usar o termo “lista de cirurgias” para evitar a ideia de espera prolongada. Ela explicou que a ordem de atendimento não é linear, pois depende da prioridade clínica de cada paciente. “Temos prioridades alta, média e baixa. Um paciente pode estar em 50º na lista, mas, se sua condição piorar, ele será operado antes”, destacou.

A secretária também mencionou os entraves legais para divulgar dados detalhados, já que isso envolve informações sensíveis dos pacientes. No entanto, ela se comprometeu a divulgar estatísticas gerais, como o número de cirurgias realizadas e as que ainda estão pendentes.

Infraestrutura hospitalar e fiscalização

Questionada sobre as condições do Hospital Geral de Roraima (HGR), Lucena reconheceu os problemas estruturais, como a falta de leitos e a precariedade de equipamentos. Ela citou o caso de um paciente que recebeu um colchão rasgado durante a internação, comprometendo a higiene e a segurança. “A fiscalização precisa ser mais rigorosa. Estamos trabalhando para melhorar essas condições”, afirmou.

Gabinete Itinerante e comunicação direta com a população

Para aproximar a gestão dos usuários do SUS, Lucena anunciou a criação de um “gabinete itinerante”, onde ela e sua equipe visitarão hospitais e unidades de saúde para ouvir as demandas da população e dos profissionais. “O gestor precisa sair do gabinete, conversar com os servidores, verificar a limpeza, a comida e o atendimento”, disse.

Além disso, será implementado o “Fale com a Gestão”, um canal direto para que a população possa enviar sugestões e reclamações. “A saúde é complexa, e precisamos saber o que está acontecendo na ponta”, concluiu.

Confira a entrevista completa

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