Do sul ao norte: o carnaval em cada estado

O Carnaval é uma das maiores expressões culturais do Brasil, e ninguém melhor para falar sobre suas diferentes manifestações do que alguém que já viveu a folia em diversos estados. O narrador Mário Lima, que morou em várias regiões do país, compartilhou suas experiências e percepções sobre as diversas formas como o Carnaval se manifesta pelo Brasil.

As diferenças entre os carnavais pelo país

Para Mário, embora cada estado tenha sua própria identidade carnavalesca, há algo que une todas as celebrações: “A alegria, a folia, a diversão, o tudo é possível.” No Rio Grande do Sul, por exemplo, o Carnaval mantém a essência do samba, mas incorpora elementos da história e cultura gaúcha, com enredos que exaltam figuras como os líderes da Guerra dos Farrapos.

Já no Paraná, especialmente em Curitiba, o Carnaval é mais discreto, com predominância dos bailes de salão e poucos blocos de rua. “Curitiba não tem a tradição do Carnaval de raízes afro e do samba, é um Carnaval diferente, mais frio, como a cidade”, explica.

Ao mudar-se para a Bahia, Mário encontrou uma experiência completamente distinta. O tradicional desfile de escolas de samba já havia sido substituído pelos blocos e trios elétricos. “A guitarra baiana transformou o frevo e trouxe uma nova identidade para o Carnaval baiano. Lá, o axé domina, e os blocos afros são uma parte essencial da festa.”

No Maranhão, ele destacou o protagonismo do Bumba Meu Boi, uma manifestação cultural única, onde os blocos – conhecidos como “bois” – levam às ruas a tradição dos cantadores e da forte percussão.

Já no Rio de Janeiro, a experiência foi indescritível. “O Carnaval do Rio de Janeiro é uma das maravilhas do mundo. O que eles conseguem levar para a avenida é inacreditável.” Mário também ressaltou a estrutura profissional do evento, que movimenta a cidade durante o ano inteiro.

A força da economia e o impacto do carnaval

Além de ser uma festa popular, o Carnaval tem um papel fundamental na economia. Segundo Mário, eventos como o Carnaval do Rio de Janeiro e da Bahia movimentam bilhões de reais, impulsionando setores como o turismo, a hotelaria, os restaurantes e até o comércio de fantasias e adereços. “Na Bahia, o Carnaval dura semanas e a cidade fica completamente tomada por turistas, o que gera uma receita gigantesca”, explica.

Outras regiões também colhem frutos da festa, como Parintins (AM), onde o Festival de Boi-Bumbá movimenta a economia local e atrai milhares de turistas.

Momentos marcantes e histórias de carnaval

Ao longo dos anos, Mário acumulou diversas histórias emocionantes e curiosas. Uma das mais marcantes aconteceu em Porto Alegre, quando ele esteve envolvido com a escola de samba Estação Primeira da Figueira. O enredo da escola, sobre a Avenida Farrapos, prometia um grande desfile e contava a história do dia e da noite dessa famosa avenida da capital gaúcha. “Era um enredo forte, que falava sobre a boemia, o comércio e a cultura que surgiram ali”, relembra.

Em Santa Catarina, um momento especial aconteceu com a criação da escola de samba Virapópolis. Além do desfile, a escola promoveu um baile de debutantes para meninas carentes, mobilizando patrocinadores e a comunidade para proporcionar uma noite inesquecível para 30 jovens.

O futuro do carnaval

Para Mário Lima, o Carnaval continua evoluindo e se adaptando, mas depende fortemente do apoio do poder público. Ele acredita que, para manter viva essa manifestação cultural, é fundamental garantir incentivos e políticas que favoreçam a realização dos desfiles e blocos.

“O Carnaval não é apenas festa. Ele gera emprego, movimenta a economia e mantém viva a cultura popular brasileira. Onde há Carnaval, há alegria, e essa alegria precisa ser preservada”, conclui.

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