Rússia contradiz Trump e rejeita presença de tropas de paz da Europa

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Moscou – A Rússia contestou ontem a informação de que aceitará o envio de forças de paz europeias para a Ucrânia como parte de um acordo para o fim do conflito, contradizendo as declarações do presidente americano, Donald Trump, de que o líder russo, Vladimir Putin, já havia aceitado a ideia.

Países europeus, como França e Reino Unido, têm discutido o envio de forças de manutenção de paz para a Ucrânia, para garantir a segurança do país e o cumprimento de um eventual acordo para acabar com a guerra.

“Sim, ele aceitará”, disse Trump, na segunda-feira, após encontro com o presidente francês, Emmanuel Macron, em que discutiram o envolvimento de forças de paz na região. “Eu fiz essa pergunta a ele (Putin). Ele não está procurando por mais guerra.”

No entanto, ao ser questionado ontem sobre a declaração de Trump, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, não confirmou a informação, indicando que a Rússia se opõe à ideia. “Há uma posição sobre esse assunto que já foi expressa pelo chanceler da Rússia, (Serguei) Lavrov. Não tenho nada a acrescentar e nada a comentar. Deixo isso sem comentários”, afirmou Peskov.

Os comentários do porta-voz do Kremlin são uma referência à fala do de Lavrov, na semana passada, após uma reunião com representantes dos EUA na Arábia Saudita. “O envio de tropas da Otan sob uma bandeira diferente, sob a bandeira da União Europeia ou sob bandeiras nacionais, não muda nada. É claro que é inaceitável para nós”, declarou o chanceler russo, na ocasião

RECUO

A divergência enfraquece o trabalho de Trump por um acordo de paz rápido na Ucrânia, apesar de seus esforços diplomáticos, incluindo as conversas da semana passada e uma notável distensão na retórica entre Washington e Moscou.

A rejeição do Kremlin à presença de forças ocidentais na Ucrânia, segundo análise do jornal britânico Guardian, poderia representar um grande teste para a equipe de negociadores dos EUA, que terão de gerenciar uma repreensão pública de Moscou. Ao mesmo tempo, a divergência expõe a limitada influência de Washington sobre o presidente russo. (com agências internacionais)

Estadão Conteúdo

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