Bridget Jones: Louca pelo Garoto entrega romance doce, mas sem a bagunça de antes

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Bridget Jones está de volta, agora nos seus 50 e poucos anos, e parece que, com o tempo, veio também uma nova versão de sua história — mais doce, mais melancólica e menos caótica. Em “Bridget Jones: Louca pelo Garoto”, Renée Zellweger continua irresistível no papel da protagonista que conquistou o público desde “O Diário de Bridget Jones” (2001), mas desta vez o tom é diferente. O filme, que estreia nesta quinta-feira (13) nos cinemas, tem seus encantos, mas falta um elemento essencial que definiu a franquia: a bagunça deliciosamente atrapalhada que fazia de Bridget uma personagem única.

O longa começa com Bridget viúva, criando sozinha os filhos após a morte de Mark Darcy (Colin Firth) em uma explosão no Sudão. A tragédia a afastou do mundo dos relacionamentos e do trabalho, deixando-a imersa na rotina materna e no luto. Sua retomada à vida amorosa acontece com Roxster (Leo Woodall), um jovem biólogo de 29 anos que surge como uma lufada de frescor, mas a relação, apesar de charmosa, não tem a energia desastrosamente divertida que se poderia esperar.

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Foto: Divulgação/Universal Pictures

O romance entre Bridget e Roxster é apresentado como algo natural, sem grandes escândalos ou complicações. Diferente dos triângulos amorosos intensos dos filmes anteriores, aqui a história se desenrola de maneira quase previsível, sem os exageros cômicos que tornaram a personagem tão querida. Há momentos engraçados, como a clássica situação de constrangimento público no trabalho, mas são respiros isolados em um filme que parece mais interessado em dar a Bridget um final redondinho do que em explorar sua essência caótica.

Se antes a graça estava nos tropeços e no jeito impulsivo da protagonista, agora o tom é de amadurecimento e nostalgia. A aparição fantasiosa de Mark Darcy como uma espécie de fantasma romântico reforça essa ideia de um passado idealizado que Bridget tem dificuldade de abandonar. O filme quer mostrar sua jornada de superação, mas ao fazer isso com tanta delicadeza, perde a chance de aprofundar a comédia ácida e irreverente que sempre esteve presente na saga.

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Foto: Divulgação/Universal Pictures

Entre as subtramas, algumas funcionam melhor que outras. A dinâmica de Bridget com seus filhos, especialmente William (Casper Knopf), que sente a ausência do pai, adiciona uma camada emocional interessante. Já seu retorno ao trabalho, no talk show “Better Women”, oferece alguns dos momentos mais divertidos, mas sem o mesmo impacto das situações desastrosas dos filmes anteriores.

Chiwetel Ejiofor, como o misterioso professor do filho de Bridget, adiciona um toque intrigante, mas sua relação com a protagonista é construída de forma tão sutil que demora a convencer. Enquanto isso, Hugh Grant, no papel de Daniel Cleaver, ressurge brevemente para entregar suas tradicionais doses de cinismo afiado, e cada uma de suas aparições é um lembrete do humor afiado que o filme poderia ter explorado mais.

Conclusão

No fim, “Louca pelo Garoto” se encerra com um tom doce e contemplativo, oferecendo a Bridget uma conclusão serena, mas não exatamente memorável. Para quem acompanhou sua trajetória desde os anos 2000, há uma sensação de carinho e encerramento, mas também uma leve frustração. Tem tudo o que um filme de “Bridget Jones” precisa ter — exceto a loucura.

Confira o trailer: 

Ficha Técnica
Direção: Michael Morris;
Roteiro: Helen Fielding, Abi Morgan;
Elenco: Renée Zellweger, Hugh Grant, Emma Thompson, Colin Firth, Chiwetel Ejiofor, Leo Woodall;
Gênero: Comédia romântica;
Duração: 123 minutos;
Distribuição: Universal Pictures;
Classificação indicativa: 14 anos;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço Z

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