Vale vai anunciar R$ 70 bi em investimentos ao lado de Lula no PA

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NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

Alvo do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde o início do terceiro mandato, a Vale convidou o presidente da República para anunciar, nesta sexta-feira R$ 70 bilhões em investimentos durante o período 2025-2030.

O evento será realizado na mina de Carajás, em Parauapebas (PA), maior polo produtor de minério de ferro do país, logo após compromissos de Lula em Belém. Os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, estarão presentes.

A mineradora tenta se reaproximar do governo, após embates que envolveram a troca de seu presidente, o acordo para reparação dos danos da tragédia de Mariana (MG) e a renovação de concessões ferroviárias.

Nesse esforço, abriu uma diretoria de Relações Institucionais, para a qual contratou o jornalista Kennedy Alencar, que já foi assessor de imprensa de Lula e tem bom trânsito no PT.

Lula e o presidente da Vale, Gustavo Pimenta, se reuniram no fim de janeiro em Brasília. Após a reunião, o executivo disse em nota que há enorme convergência entre projetos da mineradora e a agenda de desenvolvimento do Brasil.

A Vale não divulgou detalhes do investimento. O Palácio do Planalto, em nota, afirmou que a empresa apresentaram um plano chamado “Novo Carajás”. A região responde por pouco mais da metade da produção da mineradora e vem ganhado prioridade ante a produção em Minas Gerais pela melhor qualidade do minério.

A aproximação com o governo foi uma das metas estabelecidas pelo Pimenta logo após assumir o comando da mineradora. Ele foi eleito após um processo de sucessão que ganhou contornos políticos pela pressão de Lula para emplacar o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Esse processo ocorreu em meio a diversas críticas tanto de Lula quanto do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre as dificuldades de interlocução com a mineradora, hoje uma corporação sem controlador individual. Silveira chegou a dizer que a empresa estava “acéfala”.

No fim de 2024, em mais uma crítica, Lula admitiu que, quando a mineradora tinha um bloco de controle, pediu ao dono do Bradesco, Lázaro Brandão, a demissão do ex-presidente da empresa, Roger Agnelli, que presidiu a Vale até 2011 e morreu em 2016.

“A gente estava fazendo um esforço imenso para abrir estaleiros no Brasil”, contou em evento da Petrobras em setembro, “e a Vale comprou três navios na China”.

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