Programa de castração do GDF já atendeu mais de 700 animais em fevereiro

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A castração de cães e gatos no Distrito Federal é uma das medidas essenciais para o controle populacional e saúde animal, reduzindo os casos de abandono e contribuindo para o bem-estar dos pets na prevenção de doenças. Nesta linha, o Programa Castra DF oferece o serviço a tutores de forma gratuita e disponibilizou 720 vagas para cães e gatos em fevereiro de 2025.

Ao longo de 2024, a Secretaria Extraordinária de Proteção Animal (Sepan-DF) atingiu a marca de 15.611 castrações realizadas. “O Governo do Distrito Federal tem um olhar atento e comprometido com essa causa, ampliando o acesso a esse serviço para garantir mais qualidade de vida aos animais e bem-estar à sociedade”, declarou o titular da pasta, Ricardo Villafane.

Os procedimentos são agendados mensalmente pelo site, onde é possível conferir os dias e horários de inscrição, além de mais informações sobre os procedimentos. Entre as clínicas conveniadas está a Coração Peludinho, localizada no Gama; a Clínica Dr. Juzo, que fica em Samambaia; e a Pet Adote, no Paranoá.

O estudante Sebastian Barroso, 23, mora no Sol Nascente e levou o gatinho Apolo para efetuar o procedimento na Clínica Dr. Juzo por meio do programa. Ele já castrou dois felinos pelo Castra DF e descreveu o processo como tranquilo, além de elogiar o atendimento do local. “Todo mundo é muito educado e paciente, além de ser tudo bem explicadinho. É uma ajuda inestimável, porque a gente sabe que a castração é muito cara no particular. Era realmente um preço inacessível para mim, ainda mais por ser estudante, então fico muito feliz de conseguir essas vagas”, observa.

Regras e orientações

Cada CPF pode registrar no máximo dois agendamentos. Apenas moradores do Distrito Federal podem participar, sendo necessário apresentar comprovante de residência no dia da cirurgia. Já menores de 18 anos não podem realizar agendamentos. Também não é permitido trocar, na inscrição, o sexo ou a espécie do animal após o agendamento. Em caso de cancelamento, a vaga será perdida. No dia da cirurgia, os tutores devem apresentar documento de identificação com foto, comprovante de residência no DF em nome do responsável e comprovante de agendamento impresso.

O médico veterinário Rogério Augusto Juzo explica que o GDF avalia o potencial da clínica no atendimento aos animais, para que a oferta se adeque ao que o local é capaz de comportar

À frente da clínica parceira em Samambaia, o médico veterinário Rogério Augusto Juzo explica que o GDF avalia o potencial da clínica no atendimento aos animais, para que a oferta se adeque ao que o local é capaz de comportar. “As castrações são subsidiadas pelo governo e, concomitantemente a isso, o movimento na clínica aumenta, ajudando a divulgar nossos serviços para a população. Mas ajuda principalmente a população, porque a maioria dos animais atendidos por nós é de pessoas carentes que não podem pagar uma castração em clínicas particulares”, ressalta o profissional.

O veterinário reforça as vantagens do procedimento para a saúde e qualidade de vida dos pets: “O benefício é bastante amplo, começando na parte de doenças que não vão se proliferar, como as sexualmente transmissíveis. Quando o animal é castrado, ele para de procurar por parceiras. Nas fêmeas, diminuem as chances de tumores de mama, além de inúmeras doenças, como infecções de útero ou ovários policísticos – sem contar a gestação indesejada, pois na maioria das vezes quem sofre são os filhotes que não têm um lar para ficar. Então a castração é um ato de amor”.

Pré e pós-operatório

A parte cirúrgica é totalmente gratuita. Para alguns animais, por conta da idade, é sugerida a realização de exames pré-operatórios, como hemograma, bioquímico ou eletrocardiograma, o que é de responsabilidade do tutor. “É uma orientação, ele não é obrigado a fazer, porém é essencial para nossa segurança”, informa Rogério.

O estudante Sebastian Barroso, 23, mora no Sol Nascente e levou o gatinho Apolo para efetuar o procedimento na Clínica Dr. Juzo por meio do programa

Para o processo de castração, o animal deve estar em um jejum de seis até 12 horas, com o intuito de evitar que o paciente regurgite ou vomite por enjoo e o líquido alcance as vias aéreas, chegando ao pulmão e provocando sérios riscos. Antes e depois da castração, os tutores são orientados e levam um panfleto explicando que, no dia da cirurgia, o animal pode ficar mais quieto, não querer comer ou beber, além de não urinar ou defecar devido ao jejum prolongado.

“Nós não liberamos para casa os animais dormindo ou com pouquíssimas horas de cirurgia, só após o veterinário observar dar o ok. Entre sete e 15 dias, pedimos o retorno para a retirada dos pontos. Caso aconteça algo nesse intervalo, como os pontos abrirem porque o cachorro lambeu, os tutores podem retornar que damos toda a assessoria”, acrescenta o veterinário.

O profissional também alerta os prejuízos que o não comparecimento no dia do procedimento causam – as ausências chegam a uma média de 30% do total de pessoas que conseguiram as vagas: “Essas faltas atrapalham principalmente quem almeja trazer os pets para castrar e nos atrapalha na clínica, porque temos um cronograma onde poderíamos estar atendendo esses animais. Os mais prejudicados são aqueles que realmente precisam”.

*Com informações da Agência Brasília

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