Hime cut, corte de cabelo adotado por Miley Cyrus e Lady Gaga no Grammy, retorna como tendência

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Quando o tapete vermelho do Grammy 2024 teve início, entre os diferentes tipos de cores e estilos de vestidos, chamou a atenção o mesmo corte de cabelo adotado por Miley Cyrus e Lady Gaga.

As cantoras investiram na tendência do hime cut, que entrou e saiu de moda muitas vezes ao longo dos anos e está novamente em ascensão.

Em formato geométrico, ele se caracteriza por ser longo e curto ao mesmo tempo. Na parte da frente, as madeixas são cortadas na altura da orelha e, na de trás, o comprimento é mantido. Um jeito descolado de usar um corte em duas camadas.

“Pode ou não ter uma franja, como usou Lady Gaga. Esse corte é muito moderno, ousado. Não é para qualquer um. Deve ser por isso que tenha sido a escolha delas”, afirma à reportagem o beauty artist Celso Kamura, que atende nomes como Angélica, Luciano Huck, Patrícia Poeta e Ana Hickmann. Ele também já cuidou dos cabelos da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

“O modelo nasceu de cabelos lisos, nunca vi uma versão de hime cut em cabelos cacheados, mas pode ficar interessante”, acrescenta.

No Brasil, o corte também se destaca. Dados do Google Trends, plataforma de tendências da empresa, indicam que as buscas por “hime cut” dispararam após o Grammy, atingindo um pico de interesse. O mesmo fenômeno ocorreu globalmente, tornando o estilo mais comentado do que nunca neste mês.

Na plataforma de buscas de imagens Pinterest, a procura pelo termo aumentou 80% em janeiro de 2025 em comparação com o mesmo período do ano passado.

Embora tenha voltado a ganhar destaque recentemente, esse estilo não é novo. Em 1970, Cher também foi cool ao adotar a mudança. Em 2024, a atriz Zendaya surgiu com uma franjinha e as duas mechas mais curtas na frente durante um desfile em Paris.

Após a cerimônia do Grammy, Kamura relembrou no Instagram um hime cut que fez em uma cliente ainda em 2021. De acordo com o cabeleireiro, “hime” significa “princesa” em japonês, e o hime cut está enraizado na cultura do país oriental. Há muitos anos, representava a maioridade entre as meninas japonesas, que deixavam o cabelo crescer até os 20 anos.

“Nessa cerimônia de maturidade, cortavam a parte da frente do cabelo mais curta. Essa cerimônia se chamava Binsogi. A manutenção vai depender da cliente. Para manter, ideal é cortar a cada 45 dias.”

Em um salão em São Paulo, o estilo já é conhecido de clientes há tempos. Na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, a cabeleireira Vanessa Tamura, do Estação Kamima, já realiza o corte com frequência há cerca de dois anos.

Uma postagem do estabelecimento logo no início do ano já trazia um hime cut, antes da viralização das últimas semanas. Na parte curta da frente, a modelo usou o cabelo na cor azul.

“Na Ásia as pessoas usam bastante, e como meu público se interessa por cultura asiática, minhas clientes já estavam adiantadas”, conta Vanessa. “Acredito que é por causa do k-pop e por o Japão ser o destino de viagem do momento. Por isso deu uma bombada.”