Google retira mês da História Negra e do Orgulho LGBTQIA+ de aplicativo de calendário, diz site

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PELOTAS, RS (FOLHAPRESS)

O calendário online do Google, o aplicativo Google Agenda (ou Google Calendar, em inglês), não inclui mais em sua configuração padrão referência a eventos como o mês do Orgulho LBGTQIA+ e o mês da História Negra.

A informação foi publicada pelo site The Verge após usuários reclamarem das mudanças. Outras celebrações, como o mês dos Povos Indígenas, o Dia da Herança Judaica, o Dia da Memória do Holocausto e o Dia da Herança Hispânica também foram removidas, de acordo com um especialista em produtos do Google ouvido pelo grupo.

Anteriormente, o calendário fazia referência ao primeiro dia do mês dessas celebrações -por exemplo, no dia 1º de fevereiro, no caso do mês da História Negra, e no dia 1º de junho, no caso do mês do Orgulho LGBTQIA+.

A alteração ocorre em meio a uma série de mudanças culturais de big techs e gigantes de outros setores, que visam se adaptar ao clima político instaurado desde o início do segundo mandato de Donald Trump.

Google, Meta, Walmart, McDonald’s e outros recuaram em ações e programas de DEI (sigla para diversidade e inclusão) -iniciativas que foram duramente criticadas por Trump e retiradas pelo republicano de órgãos do governo.

Ao The Verge, o Google confirmou as alterações nos eventos padrões do aplicativo, dizendo que as mudanças datam de meados de 2024 e que foram adotadas porque manter todas as datas comemorativas atualizadas era insustentável.

Segundo a porta-voz citada pelo site, Madison Cushman Veld, por mais de uma década o grupo mostrava apenas feriados públicos e referências a eventos oficiais de cada país. Há algum tempo, a equipe começou a adicionar manualmente outros momentos culturais de vários países, mas a prática se mostrou insustentável.

“Recebemos feedback de que alguns outros eventos e países estavam faltando -e manter centenas de momentos manualmente e de forma consistente globalmente não era escalável ou sustentável”, diz a nota.

O aplicativo voltou a mostrar apenas datas oficiais, mas permite que usuários adicionem manualmente outros momentos importantes, segundo a empresa.

OUTRAS MUDANÇAS

A retirada das datas culturais do calendário marca mais um capítulo de mudanças em serviços do Google.

Recentemente, o Google Maps alterou o nome do golfo do México para golfo da América. A troca de nomes é uma reivindicação de Trump desde a campanha presidencial. No primeiro dia de mandato, ele assinou um ato para fazer a mudança.

A alteração no app do Google é visível para quem mora nos EUA, já que se trata de uma decisão do presidente americano. “Temos uma prática antiga de aplicar mudanças de nome quando elas são atualizadas em fontes oficiais do governo”, justificou o Google Maps na conta “News from Google”, na rede social X.

A plataforma esclareceu que aplica mais de um nome quando eles variam entre países. Por isso, fora dos EUA, aparecerão duas referências ao golfo.

Também será renomeado na plataforma o Monte Denali (que quer dizer “alto” na língua indígena Koyukon) -o mais alto dos EUA-, que passará a ser Monte McKinley, em referência o ex-presidente americano. Em janeiro, o Departamento do Interior disse ter formalizado a alteração no nome.

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