Guarda Costeira dos EUA encontra avião que desapareceu com dez pessoas no Alasca

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Um pequeno avião comercial com dez pessoas a bordo ficou desaparecido por horas no Alasca, estado americano localizado a noroeste do Canadá. O sumiço desencadeou uma busca em meio a condições climáticas ruins em uma região remota.

A aeronave Cessna 208 Caravan, que transportava nove passageiros e o piloto, partiu por volta das 14h40 locais de Unalakleet (18h40 em Brasília) desta quinta-feira (6), disse o diretor da companhia aérea responsável, David Olson. Às 15h20, porém, cerca de dez minutos antes do previsto para chegar em seu destino, Nome, o avião saiu do radar e perdeu contato por rádio com o controle de tráfego aéreo. Ambas as cidades ficam no Alasca e são separadas por apenas 235 quilômetros através da baía de Norton Sound, a oeste do território.

Na noite desta sexta-feira (7), a Guarda Costeira dos EUA disse ter encontrado um avião que corresponde à descrição da aeronave desparecida. Segundo a declaração da porta-voz, pelo menos três corpos foram encontrados dentro da aeronave.

A maior dificuldade nas buscas é o misto de condições climáticas adversas, que incluem neve, neblina e baixas temperaturas. Quando a posição foi perdida, a aeronave estava a quase 20 quilômetros da costa, disse a Guarda Costeira dos Estados Unidos em um comunicado.

Durante uma entrevista coletiva, Benjamin McIntyre-Coble, autoridade da Guarda Costeira no Alasca, afirmou que “algum tipo de item de interesse” foi identificado por uma aeronave durante os esforços de busca, mas não forneceu detalhes sobre o que seria esse item. Ele disse ainda que os dados do radar mostraram uma perda rápida de altitude e velocidade, mas que as informações não são conclusivas para estabelecer a causa do desaparecimento.

A Bering Air é uma companhia aérea regional com sede no Alasca que opera cerca de 39 aviões e helicópteros, de acordo com dados do site de rastreamento de voos FlightRadar24.

Segundo o Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional do governo dos EUA, um número desproporcional de acidentes com táxis aéreos e aviões de passageiros ocorre no Alasca em comparação com outros estados americanos. Isso porque o Alasca possui terreno montanhoso e clima desafiador.

Ainda assim, o transporte aéreo é essencial para a região, já que mais de 80% das comunidades no Alasca são inacessíveis por estrada, de acordo com o Departamento de Transportes. A Bering Air tem sede em

Nome, com prédios também em Kotzebue e Unalakleet, e opera voos para mais de 32 comunidades, de acordo com seu site. Nome tem cerca de 3.500 habitantes, e Unalakleet, cerca de 800.

Em dez dias, esse é o terceiro grave incidente envolvendo aviões nos EUA, os dois primeiros com o registro de mortos. No último dia 29, um jato comercial da American Airlines colidiu com um helicóptero militar sobre o rio Potomac, numa região próxima ao Aeroporto Ronald Reagan, a 6 km do centro de Washington, capital do país; 67 pessoas morreram.

Antes da colisão, falhas no sistema de segurança da aviação ficaram evidentes de acordo com gravações de voo, um relatório interno preliminar da agência federal de aviação e entrevistas com controladores de tráfego aéreo.

O controle de helicópteros e aviões foi unificado naquele aeroporto, sobrecarregando um único controlador que trabalhava naquele horário (quando deveria haver dois). Com isso, o helicóptero desviou da rota aprovada e os pilotos do avião não o avistaram ao se aproximarem da pista. O controlador, lidando com duas funções, não evitou a proximidade das aeronaves, que explodiram após colisão.

Dois dias depois, um avião pequeno com seis mexicanos a bordo caiu perto de um shopping na Filadélfia, causando uma explosão e incêndio. Todos morreram. Além das vítimas a bordo, uma pessoa foi morta pelo impacto dos destroços. A aeronave transportava uma menina que havia recebido tratamento médico nos EUA, sua mãe, membros da tripulação e a equipe médica, de acordo com o hospital infantil onde a criança foi atendida.

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