Cenário da dengue não será melhor em 2025, diz secretário da Saúde de SP

PATRÍCIA PASQUINI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Apesar de os números da dengue no estado de São Paulo em 2025 ainda serem menores se comparados com os do mesmo período de 2024, a projeção é de mais um ano epidêmico.

“A situação da dengue não será melhor em 2025, estamos com vírus novo e população mais sensível”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva, em entrevista à Folha de S.Paulo após o Encontro de Gestores do SUS Paulista para apresentação de programas da pasta a prefeitos e secretários municipais.

Até o meio-dia desta sexta (7), o estado de São Paulo registrava 73.609 casos confirmados de dengue e 68.491 em investigação. Há 38 mortos pela doença, e 206 óbitos sob investigação. Até esta data, 55 municípios estão com decretos ativos de emergência por dengue.

No mesmo período de 2024, o estado tinha 101.121 infecções pela doença e 89 mortes.

“As regiões de Araçatuba, Rio Preto, Araraquara, Presidente Prudente e Bauru estão com níveis epidêmicos. O restante do estado não está tanto assim. Então, qual é a preocupação maior? De casos confirmados e mortes, comparando as semanas epidemiológicas, nós estamos um pouco abaixo. O problema é que isso daí tende a aumentar”, afirmou o secretário.

A maior preocupação, ele acrescenta, diz respeito ao sorotipo 3 da dengue, que avança com mais força neste ano. Em 2024, esse subtipo ficou restrito à região noroeste do estado.

“As pessoas que tiveram dengue recentemente, no ano passado, continuam sensíveis ao sorotipo 3, e a possibilidade de ter a forma grave da doença aumenta. Se não houver uma política muito adequada, o número de óbitos será grande”, continuou Paiva.

No encontro com os gestores, os municípios foram orientados a reforçar o combate ao mosquito eliminando os criadouros do Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya. Também foram orientados a incentivar o diagnóstico precoce e a dar o tratamento adequado, que é a hidratação.

“As pessoas precisam entender que aquele mosquitinho que ninguém dá bola, mata. Vamos iniciar uma campanha na televisão, ampliar o tempo nas unidades básicas, aumentar as cadeiras para hidratação.

Vamos aproveitar toda a parte ambulatorial e começar precocemente a tratar esses casos”, disse.

O estado repassou R$ 228 milhões aos municípios para o combate às arboviroses, especialmente a dengue. Em 2024 o investimento foi de R$ 200 milhões.

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