Conheça os riscos das dietas extremas

Com o verão e a proximidade do Carnaval, cresce a busca por emagrecimento rápido, muitas vezes com dietas restritivas que eliminam grupos alimentares inteiros. Apesar da prática ser muito comum, adotar essa restrição alimentar extrema pode causar sérios danos à saúde, além de não oferecer resultados duradouros. 

“Têm muitas dietas loucas hoje, desde a dieta da sopa da lua, como a dieta da proteína, a dieta do ovo. Algumas têm comprovação científica, mas para casos específicos, outras não, e podem acarretar em problemas fisiológicos e carências de vitaminas e de nutrientes”, explica a nutricionista Joana Mazzochi Aguiar, da academia Studio Remo, em Itajaí. 

Nutricionista Joana Mazzochi Aguiar, da academia Studio Remo (Foto: Acervo pessoal)

A especialista exemplifica com a dieta da proteína, onde a pessoa prioriza carnes e ovos, e acaba também comendo muita gordura saturada. “A própria dieta cetogênica, que aumenta consideravelmente a quantidade de gordura ingerida, mexe muito com os níveis de colesterol, além de levar, muitas vezes, a deficiências de nutrientes, de vitaminas e de minerais”, pontua.

Joana acrescenta ainda que em muitas dietas algumas pessoas abominam as frutas, por achar que elas têm muito carboidrato, e acabam apresentando carências importantes de vitaminas e minerais. Podem provocar também desequilíbrio hormonal, biológico e fisiológico.

“Tudo isso gera um desbalanço muito significativo no corpo e pode ser um tiro no pé. Inclusive, dietas muito hipocalóricas, baixíssimas em carboidrato e em proteínas podem levar a um desbalanço da tireoide, que é responsável por produzir hormônios que controlam o metabolismo e acarretar em uma piora no desempenho da perda de peso”, destaca.

A dieta ideal

Joana diz que a dieta ideal é aquela que tem uma boa distribuição de nutrientes e diz que nenhum nutriente e nenhum alimento é vilão. A gente precisa ter equilíbrio na hora da alimentação”, destaca a nutricionista.

Outro ponto muito prejudicial levantado por Joana é o impacto na saúde mental. Muitas pessoas usam a comida como fonte de prazer e também usam para descontar emoções. Usam a comida como uma válvula de escape, como uma muleta para lidar com emoções e orienta que nesses casos, é crucial o acompanhamento psicológico. 

Autoconhecimento

“Muitas pessoas que entram nessas dietas loucas estão o tempo todo numa gangorra e têm uma alimentação extremamente restritiva, comendo pouquíssimo, até que não aguentam mais e comem muito e acabam vivendo à margem do efeito sanfona, prejudicando o corpo e a saúde.” 

Para Joana, o essencial é que as pessoas tenham conhecimento sobre o próprio corpo, reconheçam fome, saciedade, saibam lidar com momentos sociais, não excluam nada das suas vidas, mas aprendam a ter equilíbrio. Isso, segundo a especialista, muitas vezes é mais difícil do que viver nos extremos, mas é uma questão que precisa ser trabalhada. 

Ela defende ainda que as pessoas que querem perder peso busquem orientação profissional. “Para a perda de peso é necessário que se tenha um cálculo calórico da dieta. A proteína tem o seu lugar, assim como a gordura. Nada precisa ser excluído se não houver problema de saúde envolvido.” 

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