Quem era a copiloto do helicóptero militar que se chocou com avião nos EUA

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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

O Exército dos Estados Unidos identificou no sábado (1) a capitã Rebecca M. Lobach como a terceira soldado no helicóptero militar Black Hawk que se chocou com a aeronave da American Airlines em Washington, D.C., em 29 de janeiro.

O nome da oficial de aviação havia sido mantido em segredo até então a pedido da família. Ela teria sido a copiloto do voo, segundo o jornal The New York Times, e estava passando por uma avaliação anual.

QUEM ERA A CAPITÃ?

Aos 28 anos, Rebecca era uma militar decorada. Ela serviu o exército de julho de 2019 até sua morte, quando realizava uma missão de treinamento e avaliaçao.

A capitã pertencia ao 12º Batalhão de Aviação de Ft. Belvoir, no estado da Virgínia. Rebecca já acumulava medalhas de comenda do Exército, uma medalha de conquista, uma medalha de serviço à defesa nacional e uma fita de serviço ao Exército em menos de seis anos de serviço militar.

Jovem se alistou ainda na faculdade. Nascida em Durham, na Carolina do Norte, ela entrou para a Guarda Nacional do Exército no seu estado em dezembro de 2018, contou uma amiga, a primeira-tenente Samantha Brown, à rede americana CBS. Ela se formou em biologia na Universidade da Carolina do Norte e também completou seu treinamento como militar graduada de destaque.

Em seu currículo, ela ainda tinha contribuições como voluntária da Casa Branca. No início de janeiro, ela escoltou o estilista Ralph Lauren durante a cerimônia em que recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade do então presidente Joe Biden.

Identidade de Rebecca era uma questão delicada por causa de acusações de Trump. O presidente afirmou que o helicóptero “voava alto demais” e culpou as políticas de diversidade, igualdade e inclusão (DEI) da gestão Biden por supostamente rebaixar a segurança aérea dos EUA. Portanto, o fato de a co-pilota ser mulher poderia transformá-la em alvo político das bases, ou bode expiatório, antes de as investigações determinarem o que causou a colisão.

Boatos nas redes acusavam co-piloto de ser transgênero. Antes de sua identidade ser divulgada, perfis de extrema-direita responsabilizavam uma suposta piloto admitida pelas políticas de DEI pela colisão, segundo o canal Sky News.

Exército divulgou também uma declaração da família de Rebecca:
Estamos devastados pela perda da nossa amada Rebecca. Ela era uma estrela brilhante em todas as nossas vidas. Ela era gentil, generosa, brilhante, engraçada, ambiciosa e forte. Ninguém sonhava mais ou trabalhava mais do que ela para atingir seus objetivos.

Rebecca começou sua carreira no Exército dos Estados Unidos como uma distinta militar graduada do Corpo de Treinamento de Oficiais da Reserva da Universidade da Carolina do Norte, e estava no top 20% dos melhores cadetes em todo o país. Ela conquistou a patente de capitã tendo servido duas vezes como líder de pelotão e oficial executiva da corporação no 12º Batalhão de Aviação do Campo Aéreo Davison do Exército, em Fort Belvoir, na Vírginia. COm mais de 450 horas de voo, ela conquistou a certificação de pilota-chefe após testagem extensiva pelos pilotos mais experientes do seu batalhão.

Rebecca era uma guerreira e não hesitaria em defender seu país em batalha. Mas ela era tão graciosa quanto era corajosa: além de [realizar] seus deveres como uma aviadora do Exército, Rebecca se sentia honrada de servir como uma Assessora Social Militar da Casa Branca, voluntariando para apoiar o presidente e a primeira-dama em realizar diversos eventos da Casa Branca, incluindo cerimônias que entregavam a Medalha de Honra e a Medalha Presidencial da Liberdade.

Rebecca se importava com as pessoas, e ela estendeu a indivíduos a mesma defesa destemida que deu a esta nação. Ela tinha orgulho da diferença que fazia como defensora de vítimas em prevenção e resposta a assédio e abuso sexual (SHARP) e esperava continuar seus estudos para que pudesse servir a este país como médica quando seu tempo com o Exército acabasse. Ela uma vez disse: ‘Minhas experiências como SHARP reforçaram minha decisão de servir a outros com compaixão, entendimento e com os recursos necessários para a recuperação’.

“Rebecca foi muitas coisas. Ela era uma filha, irmã, parceira e amiga. Ela era uma servidora, uma cuidadora, uma defensora. Acima de tudo, ela amou e foi amada. Sua vida foi curta, mas ela fez a diferença nas vidas de todos que a conheceram. Nossos corações se partem pelas outras famílias que perderam entes queridos nesta tragédia nacional e estamos de luto com eles. Pedimos que, por favor, respeitem nossa privacidade enquanto lamentamos esta perda devastadora”, disse a família de Rebecca Lobach, em comunicado emitido pelo Exército dos EUA.

O ACIDENTE

Um avião comercial da American Airlines com 64 pessoas, sendo 60 passageiros e quatro tripulantes, colidiu com o helicóptero militar, quando se preparava para pousar no Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington. As duas aeronaves caíram no rio Potomac. Não houve sobreviventes.

Rebecca voava com outros dois soldados. Eram eles o subtenente-chefe Andrew Eaves, de 39 anos, e o sargento Ryan Austin O’Hara, de 28 anos, que era o chefe da tripulação do helicóptero. Os três morreram.

O Secretário de Defesa Pete Hegseth classificou o voo como “um retreinamento de voos noturnos de rotina” que seria realizado anualmente em “um corredor padrão para a continuidade de missões do governo”.

A causa do acidente até o momento é desconhecida. Uma investigação já é conduzida pelo Comitê de Segurança Nacional de Transporte (NTSB, na sigla em inglês) e pela Administração Federal de Aviação (FAA), a Anac americana.

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