Cantina Gratinata: a nova casa italiana de Ronny Peterson

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Que o brasiliense é apaixonado pela cozinha italiana, todos já estão cientes. A capital federal é cheia de casas dedicadas às massas da nonna em diferentes estilos, mas, de todas elas, as cantinas (ou o mais próximo delas) são as que mais ganham meu coração. E é exatamente uma dessas que acaba de abrir na 409 Sul: a Cantina Gratinata.

Com consultoria e um cardápio assinado pelo premiado chef Ronny Peterson, a operação tem como foco atender grupos e famílias, seja pelo andar inteiro dedicado à brinquedoteca ou, como um bom italiano, pelas porções bem servidas. Todos os pratos do cardápio servem de duas a três pessoas e são precedidos de entradas igualmente generosas.

Na visita que fiz na pré-abertura da casa, iniciei o jantar pela bruschetta de cabra (pão italiano com queijo de cabra, pera caramelizada e parma – 5 unidades, a R$ 77) e o Steak Tartare com chips de batata (para duas pessoas – R$ 75).

brusqueta cantina gratinata davi fernandes de freitas
brusqueta cantina gratinata davi fernandes de freitas

Bruschetta costuma não ter muito erro, além do pão, que pode ser meio ressecado ou mole demais, daqueles que ficam desmanchando. Aqui, não aconteceu nem uma coisa nem outra. O pão estava firme, na medida certa, e a combinação da pera com o queijo ficou bem equilibrada. Gostei do tamanho delas: nem muito grandes a ponto de me satisfazer já de cara, mas também não tão pequenas. Já o steak tartare chegou com aquela gema perfeita e a carne bem picadinha, mas ainda com textura. Ronny já havia me conquistado com sua versão contemporânea do prato – com ovo de codorna – no seu próprio restaurante, Aroma, que segue como um dos melhores da cidade.

Nos principais, o capeletti de carne assado na fonduta de parmesão gratinada (R$ 126, para duas pessoas) ganha atenção assim que chega à mesa pela apresentação. O ponto da massa é, sem dúvida, um destaque, enquanto a carne do recheio consegue ficar nem muito seca, nem úmida demais. Falando em carne, o Polpetone gratinado com purê de batata (R$ 146, para duas pessoas) foi o auge da noite, pelo molho de tomate de produção própria, “pedaçudo” e com acidez equilibrada, além da casquinha externa que ele ganha ao ser gratinado, trazendo crocância e realçando o sabor da proteína. Esse é daqueles pedidos que você prova pela primeira vez sabendo que lhe fará voltar para comer novamente.

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Popetone gratinado, da Cantina Gratinata. Crédito: Davi Fernandes de Freitas.

Na minha lista de desejos também ficaram: o risoto Barolo, com cubos de carne, radicchio e creme de queijo (R$ 148, para duas pessoas); a Costelinha de leitão temperada com mix de pimentas e ervas finas, assada à pururuca no forno a lenha (R$ 198, para duas pessoas); e o Fettuccine com ragu de ossobuco na fonduta de parmesão (R$ 138, para duas pessoas).

O que eu senti do menu e da proposta do ambiente é que a cantina e o Ronny decidiram apostar em pratos mais voltados para uma cozinha clássica, quase caseira e, ao mesmo tempo, com muita técnica de preparo envolvida. Rica em sabor, tempero e texturas, com montagens que remetem, sim, a preparos feitos na casa da avó para receber a trupe de netos. Gostei muito do formato e desse olhar do chef para um “resgate” de uma comida italiana mais “raiz” e menos piegas, sem cair só no famigerado filé com risoto.

Uma tradicional pera assada ao vinho ganhou um gelato fiore di latte (R$ 38) para acompanhá-la e fechou muito bem uma noite de apresentação que só trouxe boas impressões sobre o novo empreendimento.

Pelo que vi, a nova empreitada incorporou também a superadega que o antigo Bartô mantinha ali no ponto. Mais um destaque positivo pela grande variedade de rótulos com os quais é possível harmonizar almoços e jantares.

Cantina Gratinata
SCLS 409 Sul, Bloco C, Lj. 6 a 10. De terça a sábado, das 12h à 0h; domingos e feriados, das 12h às 17h.

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