Terrifier 3 entrega uma brutal jornada natalina com sangue e vingança

Terrifier 3 leva os horrores do palhaço demoníaco para uma nova dimensão, misturando espírito natalino com ultra violência explícita. Na abertura, Art surge vestido de Papai Noel, armado com um machado, invadindo a tranquilidade familiar típica das festas. A lógica implacável do longa deixa claro desde o início: ninguém está seguro, nem mesmo as crianças mais inocentes. Esse contraste entre o lúdico e o macabro define o tom de um espetáculo sangrento que beira o insuportável para espectadores mais sensíveis.

O palhaço psicopata Art (David Howard Thornton) está de volta com ainda mais sede de sangue. Depois de sair em uma onda de assassinatos em dois Halloweens, sendo, inclusive, ressuscitado por uma entidade maligna só para aterrorizar o condado de Miles, Art decide trocar de feriado. Após os eventos de “Terrifier 2”, o palhaço provoca o caos durante a noite de Natal, entrando em uma desenfreada jornada de vingança, com muitas mortes ao longo do caminho. Enquanto ele persegue novas vítimas, um grupo de sobreviventes do Halloween anterior se une para tentar detê-lo, criando uma batalha intensa entre o bem e o mal.

Damien Leone, diretor e roteirista, eleva a brutalidade e o grotesco a novos patamares. Art se delicia com uma variedade de ferramentas assassinas – de martelos a gelo seco – e cada segundo é explorado ao máximo. A parceria com Victoria (Samantha Scaffidi), que de vítima no primeiro longa passa a cúmplice, adiciona uma camada perturbadora à história. Enquanto o palhaço contempla o mundo da janela de sua cadeira de balanço, Victoria encontra prazer mórbido em banhos de sangue. Essa dinâmica aprofunda a bizarrice e cria momentos de desconforto inesperado.

A performance de David Howard Thornton é o grande destaque. Com uma impressionante comédia física, ele dá ao personagem uma humanidade sinistra, arrancando risadas até nas situações mais grotescas. Mesmo enquanto elimina personagens – incluindo crianças – suas ações absurdas mantêm o espectador oscilando entre o riso e o horror. O verniz natalino confere leveza às mortes mais brutais, mas o longa não economiza em mutilação e canibalismo, garantindo uma experiência que testa os limites do público.

Os fãs mais atentos notarão várias referências a clássicos do terror. Desde a semelhança com “Natal Sangrento” (1984) na abertura até ecos de “A Casa de Cera” (2005) e o brilho de um machado digno de “O Iluminado” (1980). Essas homenagens são um presente para os entusiastas do gênero, que também encontrarão participações especiais de ícones do horror. No entanto, o longa tropeça ao desenvolver o arco de Victoria, cujas cenas de automutilação chegam a ser mais angustiantes que as mortes explícitas.

O retorno dos irmãos Sienna (Lauren LaVera) e Jonathan (Elliott Fullam) traz complexidade emocional à trama, mas a tentativa de explorar seus traumas parece apressada e inconsistente. O vínculo entre os dois, tão bem trabalhado em “Terrifier 2”, aqui se perde na fragmentação da narrativa. Algumas mortes fora de tela e situações que lembram lutas de WWE também podem tirar parte do impacto, embora contribuam para o caos desenfreado.

Conclusão

“Terrifier 3” é, acima de tudo, uma montanha-russa de violência. O desafio proposto é simples: quanto tempo você consegue assistir sem desviar o olhar? As mortes são mais elaboradas, a contagem de corpos é ainda maior e a sensação de exaustão física se instala cedo, mas é impossível abandonar a viagem. Com espaço deixado para uma continuação, o palhaço prova que, no universo do terror, ainda tem muito a oferecer – e muito sangue a derramar.

Confira o trailer:

Ficha Técnica
Direção: Damien Leone;
Roteiro: Damien Leone;
Elenco: David Howard Thornton, Samantha Scaffidi, Lauren LaVera, Elliott Fullam;
Gênero: Terror;
Duração: 125 minutos;
Distribuição: Diamond Films;
Classificação indicativa: 18 anos;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço Z e Sinny Assessoria