MPDFT alerta para riscos de abusos contra crianças e adolescentes nas férias

Para crianças e adolescentes, as férias escolares representam descanso, diversão e novas experiências. No entanto, para pais e responsáveis o cuidado durante esse período deve ser redobrado, garantindo um ambiente seguro e saudável para evitar abusos físicos, emocionais ou negligências. Dados do Ministério da Saúde evidenciam que a maioria dos agressores são indivíduos próximos das vítimas, como familiares e amigos. Entre 2015 e 2021, 68% dos casos de violência sexual contra crianças de 0 a 9 anos foram praticados por familiares ou conhecidos. Entre adolescentes de 10 a 19 anos, esse percentual foi de 58,4%. 

Com o objetivo de alertar e prevenir possíveis abusos e garantir o bem-estar infantojuvenil nas férias, período em que há maior exposição a riscos, tanto no ambiente doméstico quanto online, durante o mês de janeiro, cards e vídeos com orientações serão veiculados nas redes sociais do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A iniciativa é do Núcleo de Enfrentamento à Violência e à Exploração Sexual contra a Criança e o Adolescente (Nevesca). 

Segundo a coordenadora do Nevesca, promotora de justiça Camila Costa Britto, pais, responsáveis e cuidadores devem orientar quanto a possíveis riscos, mas, também, devem aproveitar o período de descanso para estreitar laços. “Conversar e educar crianças e adolescentes sobre a autoproteção é a melhor forma de prevenção. É importante ensiná-los que podem recusar toques e carinhos, por mais inocentes que pareçam”, diz. 

Ela reforça que o cuidado deve iniciar dentro de casa. “É comum que famílias se reúnam com parentes próximos e distantes nesse período. Momentos de muita festa e também de muita gente no mesmo ambiente. Considerando o fato de que os principais agressores são familiares”, pondera Camila. 

Ensinar para prevenir

A importância dos cuidados para que as crianças possam navegar e se divertir de forma segura na internet também precisa ter o olhar atento dos pais, segundo Camila. “Cada vez mais utilizada por crianças e adolescentes, as redes sociais permitem uma interação diária com um número indeterminado de pessoas e compartilhamento indevido de informações. Por isso, crianças e adolescentes precisam ser instruídos em como utilizar essas redes, como se proteger e denunciar eventuais abusos”, explica.

Nestes casos, é recomendado que os responsáveis acompanhem de perto e orientem as crianças sobre os espaços que podem frequentar. “Os jovens devem ser instruídos para não divulgarem informações pessoais como nome, endereço, telefone, fotografias, escola e e-mail em locais online, como salas de bate-papo e sites desconhecidos”, pontua. 

Denuncie

Em caso de suspeita de qualquer violação de direitos contra crianças e adolescentes, denuncie: Polícia Militar 190, Samu 192 (para pedidos de socorro urgentes), Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres, qualquer delegacia de polícia, disque 100, baixe o aplicativo Projeta Brasil, Conselho Tutelar, Centro 18 de Maio. 

O MPDFT recebe denúncias de suspeitas de crimes sexuais em dias úteis, de segunda a sexta, das 12h às 18h pelos telefones 127 e 0800 644 9500 (ligações gratuitas). O atendimento presencial acontece nos mesmos horários, em dias úteis, no Eixo Monumental, Praça do Buriti, lote 2, sala 141. Os cidadãos também podem encaminhar e-mails pelo [email protected].

*Com informações do MPDFT

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