Marco Rubio afirma que Cuba ‘está literalmente desmoronando’

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“Cuba está literalmente desmoronando”, tanto “em nível geracional” quanto “economicamente”, afirmou, nesta quarta-feira (15), Marco Rubio, escolhido pelo presidente eleito Donald Trump como chefe da diplomacia dos Estados Unidos em seu futuro governo.

Os cubanos convivem com apagões porque “o marxismo não funciona, porque são corruptos e porque são incapazes, e terão que tomar uma decisão”: permitir que os cubanos tenham “controle sobre seu destino econômico e político, mesmo que ameace a segurança e a estabilidade do regime”, ou “ser donos e controladores de um país do quarto mundo que está desmoronando”, afirmou.

“Espero que escolham o caminho do empoderamento” dos cidadãos cubanos para que possam “escolher seus líderes, votar em seus líderes”, acrescentou.

“O povo cubano não tem ideia do que é ter uma figura de autoridade, ou alguém responsável pelo poder como eu, como senador americano, sentado aqui tendo que responder perguntas de seus colegas, e também ter essas pessoas lá atrás gritando e protestando contra ele”, comentou Rubio, referindo-se aos manifestantes que interromperam seu discurso durante uma audiência no Senado para confirmá-lo no cargo.

“Não se pode fazer isso com um funcionário cubano. Não se pode questionar suas decisões”, ressaltou.

Rubio, filho de imigrantes cubanos, criticou o governo do presidente em fim de mandato, Joe Biden, por ter aliviado as sanções contra a ilha, que está sob um embargo comercial há mais de seis décadas.

Durante seu primeiro mandato, Trump voltou a incluir Cuba na lista de patrocinadores do terrorismo, uma medida que dificulta transações e investimentos porque as empresas ficam sujeitas a sanções dos Estados Unidos.

Na terça-feira, Biden retirou a ilha desta lista para facilitar a libertação de presos políticos, as quais, segundo familiares de detidos e uma ONG, já tiveram início.

Em declarações em Havana nesta quarta, o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, admitiu que a decisão de Biden pode ser revertida, mas destacou que as sucessivas saídas e entradas da ilha desta lista anulam o valor do documento.

“Uma das consequências dessa decisão do presidente Biden […] é que a lista de países patrocinadores do terrorismo foi demolida. Não existe mais” e “ninguém mais poderá acreditar nela”, acrescentou Rodríguez.

O presidente democrata tomou outras duas medidas: suspender a possibilidade dos americanos de apresentar reclamações nos tribunais sobre propriedades expropriadas pelo governo cubano desde 1959 e rescindir um memorando de 2017 que proíbe algumas transações financeiras com uma lista de entidades cubanas.

Rubio criticou essa decisão, principalmente no que se refere à Gaesa, um conglomerado pertencente às forças armadas cubanas que foi sancionado em 2017.

As sanções permitiam “fazer negócios com um indivíduo cubano independente, é o regime que não o permite, mas não (…) fazer negócios com qualquer coisa que seja propriedade dessa entidade dirigida pelo governo, e ontem eles levantaram as sanções sobre eles”, reclamou.

“A nova administração não está sujeita a essa decisão”, precisou, dando a entender que Trump pode revogá-la.

© Agence France-Presse

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